TECNOLOGIA AGRÍCOLA

PARA

EXPLORAÇÃO E MANEJO

CULTURAL

DA

CANA-DE-AÇÚCAR

 

 

 

Exploração e Manejo da Lavoura da Cana-de-Açúcar

 

Definição das práticas agrícolas a serem realizadas nas áreas cultivadas com cana-de-açúcar

 

 

PARTE 2.

 

PLANTIO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Luiz Carlos Miller (1)

 

 

2. PLANTIO DA CANA-DE-AÇÚCAR

 

A cultura da cana-de-açúcar é propagada comercialmente através de multiplicações vegetativas, que dependendo da região são referidas como: mudas, olhaduras (regiões nordeste e fluminense), sementes, etc. Portanto, a sua semeadura é feita utilizando-se a própria cana, em pedaços, cortados mecânica ou manualmente, que para manifestar plenamente sua potencialidade produtiva, deve ser proveniente de viveiros especialmente plantados para esta finalidade.

A implantação de uma lavoura da cana-de-açúcar implica em uma série de atividades e operações que têm início com a preparação do solo, quando são criadas condições mínimas no solo para a realização de seu plantio (figura 2.a.). É durante a preparação do solo que são projetados e realizados os traçados de carreadores e estradas secundárias definindo o formato e dimensões dos talhões, de forma a atender fundamentalmente as demandas de condições de trabalho exigidas pela operação de colheita, seja ela realizada de forma manual ou de forma mecanizada. 

 

Figura 2.a.- Fluxo de plantio descrevendo as principais atividades e operações praticadas durante o plantio.

 

2.1. ÉPOCAS PARA REALIZAÇÃO DO PLANTIO

 

As épocas mais indicadas para o plantio da cana-de-açúcar estão associadas à ocorrência de temperaturas elevadas e à disponibilidade de água no solo em quantidade suficiente para garantir o nascimento das sementes. Portanto, havendo disponibilidade destes dois fatores reguladores de nascimento e crescimento das gemas, a cana poderá ser plantada em qualquer época do ano agrícola.

Entretanto, a maioria dos canaviais é tradicionalmente plantada em duas épocas bem definidas: durante a época chuvosa (verão na região centro sul e inverno no nordeste) e na época com menor ocorrência de chuvas (final da primavera em ambas principais regiões canavieiras do Brasil).

A adoção do modelo mais tradicional possibilita uma maior racionalização no uso da maquinaria disponível na empresa. Em razão da própria condução da cultura da cana-de-açúcar, um grupo significativo de máquinas que é utilizado para a realização da safra (abril a novembro, na região centro sul e agosto a janeiro na região nordeste), também poderá ser utilizado durante o período de entre safra, quando um grande contingente de áreas destinadas à renovação dos canaviais passa pelo processo de preparação do solo para o plantio. 

 

2.1.1. Comportamento do desenvolvimento e do crescimento da cana-de-açúcar

 

A cana-de-açúcar é uma planta que quando cultivada adquire um comportamento semiperene, porque, depois de plantada e colhida pela primeira vez, pode ser submetida a sucessivos ciclos de crescimento e colheitas, sem ter que ser novamente plantada. A estes ciclos anuais de desenvolvimento, cuja seqüência ocorre sempre após a primeira colheita de um canavial depois de plantado (cana planta de ano ou ano e meio), denominam-se socas ou soqueiras (figura 2.1.1.a.).

A caracterização da idade de um canavial em número de anos ou períodos de desenvolvimento e corte (ciclos) segue regras condicionadas aos interesses das Empresas, condições dos solos onde a cana está plantada, o tempo em meses utilizado para o crescimento da cana e a economicidade da manutenção da cana no campo sem renovação.   

 

a) Características do Desenvolvimento – nascimento das canas plantas e brotação das socarias.

 

A cana pode ser plantada em quaisquer épocas do ano, desde que as condições de temperatura e a disponibilidade de água (natural ou, na ausência desta a possibilidade de irrigação) sejam favoráveis para o seu nascimento e desenvolvimento. Entretanto, duas épocas são preferenciais para as condições de cultivo da cana, sendo que, em cada uma destas épocas a espécie apresenta comportamentos e tempos de desenvolvimento distintos:

 

1- A cana plantada entre os meses de janeiro a abril (maio a julho, no nordeste) permanecerá no campo por um intervalo de 13 e 16 meses antes de ser colhida, ficando um ano agrícola sem ser colhida, sendo, por esta razão, denominada cana de ano e meio.

 

2- Por outro lado a cana plantada durante os meses de setembro e outubro (inicio da estação chuvosa nas regiões Centro Sul e Leste e outubro e novembro na região nordeste), será denominada cana de ano e será colhida após 12 meses depois de plantada.

3- A cana também poderá ser plantada fora destes períodos tradicionais, com plantios sendo realizados em outras épocas do ano, desde que as condições ambientais atendam as necessidades de planta para o nascimento das sementes ou mudas utilizadas para tal finalidade. O advento ao plantio mecanizado tem criado condições favoráveis para o incremento desta modalidade de plantio.

 

De qualquer forma, todos os canaviais que sejam colhidos depois de 12 meses depois de plantados entre os meses de maio a dezembro, incluindo os plantios de primavera serão denominadas cana de ano. Por outro lado, os canaviais plantados entre os meses de janeiro a abril continuarão com a denominação de cana de  ano e meio, uma vez que sempre serão colhidos depois de um período de hibernação e deixando ser colhido em uma safra,

A maior parte das áreas de renovação, cuja finalidade é o restabelecimento dos padrões médios de produtividade da cana destinada a industria, está relacionada com o sistema de plantio de cana de  ano e meio, que é o mais adequado para o ajuste da disponibilidade dos recursos (máquinas e equipamentos) envolvidos com o processo produtivo.

O plantio de cana de ano, assim como aqueles realizados em outras épocas do ano, coincidem com a realização da colheita. Eles são utilizados para complementar o primeiro e é preciso estar atento para o fato de aumentam a demanda de recursos ao coincidirem com as demandas de recursos exigidas para a realização da safra.

 

Figura 2.1.1.a. Comportamento da produtividade (t/ha) conforme a modalidade de condução cultural da cana-de-açúcar.

 

Contudo, o grande contingente de áreas cultivadas para a produção encontra-se na modalidade denominada se socas ou soqueiras (canaviais entre o 2º e o 5º cortes), que compõe aproximadamente 65% da área total cultivada ou 80% da área total destinada à colheita (todos os cortes). A cada ano, parte da área colhida é renovada (algo como 15% da área total), ficando esta renovação restrita às áreas com idades (anos de permanência no campo) mais avançadas. Um canavial estabilizado em bem planejado (com as áreas correspondentes a cada corte mais ou menos parelhas) é conduzido normalmente até o quinto (5º) corte. Considerando este contingente de áreas um canavial será subdividido em seis sextos, sendo um sexto das áreas destinadas à renovação, outro sexto corresponderá à cana planta e outros quatro sextos às canas em estágio de soqueiras. As áreas renovadas como cana de ano e meio passa por um estágio denominado de hibernação, pois elas ficam um ano sem serem colhidas.  

As exceções devem ficar restritas a áreas que apresentarem algum tipo de anomalia relacionada com a produtividade, fruto da susceptibilidade a algum tipo de doença ou praga restritiva ao seu cultivo, ou de limitações relacionadas à adaptabilidade da variedade plantada, fotos estes que implicarão em renovações mais precoces dos canaviais.

 

b)  Interferência da Maturação sobre as Épocas de Plantio

 

A maturação da cana-de-açúcar é uma característica varietal, está condicionada à idade fisiológica da planta, coincidindo com uma cronologia entre 12 e 13 meses depois do seu plantio ou corte e com maiores ou menores incrementos no conteúdo de sacarose, que ocorrem durantes períodos coincidentes com a diminuição de umidade no solo. A diminuição da temperatura também pode ser um fator adicional para auxiliar no  incremento do conteúdo de sacarose, visto que, a presença de temperaturas mais altas ativa os mecanismos de desenvolvimento vegetativo. Se houver umidade a planta retoma o crescimento e na ausência da mesma a planta perde umidade e concentra a sacarose. Em razão disso, o comportamento da maturação de cada variedade é uma condição a ser considerada quando da definição das épocas de plantio dos canaviais.

Admitindo-se que a concentração de sacarose é um fator determinante e de grande impacto para a lucratividade do negócio, o momento da colheita durante o período da safra deverá ser o principal parâmetro para a definição da época de plantio para cada variedade especificamente. Independentemente da modalidade de plantio a ser utilizado, o plantio de variedades precoces deverá ser realizado entre doze e treze meses antes da realização do terço inicial da safra. O mesmo procedimento deverá ocorrer com as variedades intermediárias e tardias, cujos plantios deveriam considerar o mesmo intervalo cronológico para apresentarem idades adequadas quando da colheita das mesmas durante os terços intermediários e finais da safra.   

 

c)  Comportamento Agrícola – produtividade da cana ao longo do tempo

 

O principal indicador para a definição do momento para a renovação de um canavial está relacionado com a produtividade observada no decorrer do seu envelhecimento. Quanto maior o número de cortes, maior as chances de queda de produtividade e maior a probabilidade de ser necessária a sua renovação.

As lavouras de cana são mais produtivas nos primeiros cortes, apresentando uma forte tendência de declínio em suas produtividades na medida em que os anos de permanência no campo avançam. A produtividade mostra-se mais elevada para as áreas plantadas com cana na modalidade cana de ano e meio, quando comparadas com as canas de ano, uma vez que aquelas permanecem um tempo mais longo no campo (algo entre 14 e 16 meses). As soqueiras, colhidas a cada 12 meses, apresentam produtividade declinante à medida que os cortes (idade) avançam. As canas plantadas na modalidade cana de ano (também com 12 meses de desenvolvimento), apresentam produtividade próxima daquelas apresentadas por uma cana soca em estágio de segundo corte (figura 2.1.1.b.).

 

Figura 2.1.1.b. Comportamento do desempenho dos canaviais nas diferentes idades ou numero de cortes.

 

A evolução do desenvolvimento da cana de ano e meio, pode apresentar comportamentos contraditórios quanto à sua potencialidade produtiva, dependendo das condições climáticas sob as quais são cultivadas. De forma geral, são canaviais que apresentam elevadas produtividades agrícolas (t/ha) e que eventualmente, apresentam baixas produtividades, dependendo das condições climáticas sob as quais são cultivadas. A existência de uma estação com maior restrição de umidade no solo e a falta de uma adequada suplementação de água farão com que a cana cultivada sem irrigação produza menos do que a cana de ano, quando conduzidas com irrigação na sua fase inicial de crescimento.

Esta situação conflitante ocorre comumente na região nordeste do Brasil, quando as canas plantas, plantadas para um ciclo de desenvolvimento de um ano (cana de ano), costumeiramente são mais produtivas que as canas plantas com ciclo de ano e meio. O fato de serem submetidas a um intervalo de intensa seca e déficit hídrico durante o seu ciclo de crescimento, nos estágios iniciais de crescimento, provocam intenso estresse e dificultam a sua recuperação nos ganhos mensais de produção de massa vegetal.

O comportamento da produtividade das soqueiras, independentemente da região onde a cana é cultivada, tende a declinar com o passar dos anos e a variar com as condições de solos e disponibilidade de água a que é submetida. A intensidade deste declínio, assim como, o número de anos de permanência da cultura no terreno, dependerá sempre das ações dos equipamentos e implementos utilizadas para os tratos culturais e colheita, condições de fertilidade dos diferentes tipos de solos onde a cana esta plantada e eventualmente do comportamento do clima e da disponibilidade de água para irrigação.

Os fatores relacionados ao clima e ao solo devem ser tratados a luz de alternativas técnicas, para melhoria do ambiente de produção. Por outro lado, a solução para os problemas operacionais demanda ações voltadas para a gestão da operação dos diferentes fatores de produção.

Dentre estes fatores, as interferências de maior relevância sobre o declínio da produtividade das soqueiras são, em ordem decrescente de intensidade, as colheitadeiras, as carregadeiras de cana, os veículos de transporte de cana e com menor efeito negativo, os equipamentos de cultivo. Todas estas operações atuam arrancando soqueiras e provocando falhas nos campos cultivados com cana.

 

d)  Interferência da População de Colmos sobre a Produtividade.

 

Sabidamente a produtividade é fortemente influenciada pela população de colmos (número de colmos por metro linear de sulco) existente nas linhas de cana. A correlação para esta influência é muito alta, enquanto a altura e diâmetro do colmo não exercem a mesma pressão sobre a produtividade (tabela 2.1.1.c.).

A população de canas em canaviais bem conduzidos apresenta uma curva de distribuição de perfilhos em número crescente nos primeiros cem (100) a cento e vinte (120) dias de crescimento do canavial, podendo atingir entre 25 e 35 perfilhos por metro linear de sulco.

 

Tabela 2.1.1.c. – Correlações entre medidas biométricas e produtividade da cana planta (t/ha).

 

Variedades

Número de Perfilhos

Altura do Colmo

Diâmetro do Colmo

Produtividade (t/ha)

SP 80-1816

14,00

216

31

93,5

RB 84-5210

12,75

234

30

86,5

SP 81-3250

14,25

233

29

92,8

RB 85-5536

13,75

243

30

97,6

RB 86-7515

12,00

213

30

79,1

RB 72- 454

12,75

221

28

74,0

Correlação

0,8085

0,5905

0,5750

 

R 2

0,6537

0,3487

0,3307

 

Fonte: Marques; T. A. – Revista da STAB - novembro - dezembro - 2007 - Vol. 26 nº 2.

 

A partir daí e em razão de uma competição natural entre os próprios perfilhos, esta população de colmos decresce, para estabilizar-se, por ocasião da colheita, em uma população entre 12 e 15 colmos por metro linear de sulco.

Essa população ideal de colmos por metro linear de sulco varia de acordo com as características de cada variedade. Ele somente terá interferências positivas sobre as produtividades dos canaviais, quando tal população for mantida regularmente em todo o canavial. Por esta razão, é muito importante que medidas de avaliação populacional, que normalmente são feitas em pequenos intervalos (10m de sulco), sejam acompanhadas de observações que informem sobre o número de falhas encontradas nos canaviais.

Essas falhas nas linhas de cana tendem a aumentar com o tempo, em função de danos mecânicos. Efetivamente, estas falhas são um dos motivos mais notórios para a queda de produtividade na seqüência do número de cortes. Na medida em que o tempo de permanência do canavial no campo aumenta é mais intensa a diminuição da população de colmos dos canaviais.

 

2.2. DIMENSIONAMENTOS

 

A execução do plantio está condicionada a uma série de definições de medidas, fundamentais para que o trabalho atenda minimamente as demandas dos equipamentos utilizados para a sulcação, colheita e tratos culturais.

Dentre estas medidas podem ser citadas as superfícies de cada um dos talhões, os espaçamentos entre os sulcos (linhas de cana) e as distancias dos terraços e caminhos intermediários, caso o relevo do terreno, onde se realizará o plantio, apresente características topográficas que tornem necessárias estas estruturas para a implantação dos canaviais.

 

2.2.1. Definição das Formas e Dimensões dos Talhões

 

A intensa introdução da colheita mecanizada na cultura canavieira tem direcionado os plantios para terrenos com topografias relativamente planas, incluindo relevos suavemente onduladas, cujas declividades não devem ultrapassar a 15% para que a segurança e o rendimento das máquinas não sejam comprometidos.

Para os valores mais extremos deste intervalo de declividade (0 a 15%) e dependendo da classe textural dos solos, poderá haver a necessidade de construir terraços visando o controle de erosão. Contudo, além de sua função para a proteção do terreno, estes terraços poderão ser utilizados como niveladas básicas para a orientação da sulcação. 

 

2.2.1.1. Considerações sobre os Formatos mais Usuais dos Talhões

 

As características atuais da forma dominante de colheita da cana de açúcar trazem embutidas necessidades que demandam terrenos cujos relevos apresentem declividades variando entre 0 e 15%. Topografias com declividades dentro deste intervalo possibilitam traçados de carreadores e estradas orientados para definirem talhões em formatos retangulares ou eventualmente em faixas sinuosas, acompanhando as linhas de nível do terreno. Talhões com formatos retangulares apresentam conformações mais interessantes porque possibilitam que todos os carreadores e estradas sejam construídos em retas.

Esta disposição da infra-estrutura no terreno, com estradas retas e razoavelmente planas são fatores que proporcionam grande economicidade, uma vez que possibilitam menores distâncias para serem percorridas, além de oferecerem elevados níveis de segurança na movimentação dos veículos, tendo em vista que a visibilidade dos condutores será sempre muito boa. Quaisquer que sejam os formatos eleitos, a preocupação deverá ser a minimização do contingente de ruas mortas para evitar manobras e conseqüentemente um elevado volume de tempos perdidos com as mesmas.

 

2.2.1.2. Dimensões dos Talhões e Comprimento dos sulcos

 

O tamanho do talhão está sempre relacionado a volumes produzidos, uma vez que a importância de sua delimitação está associada à convivência com a ocorrência de acidentes relacionados com incêndios, criminosos ou não, com os controles dos fatores de produção aplicados a cada unidade durante o processo produtivo e com a apuração da produção de cana e sacarose observada em cada um deles após a colheita.

Tendo em vista o potencial energético contido em suas palhas um incêndio em canaviais pode facilmente por a perder grandes contingentes de cana. Por esta razão, diferentemente das culturas de grão, os talhões são demarcados para constituírem áreas menores, de forma que os fogos possam ser debelados com maior facilidade, utilizando-se as estradas que os circundam. Este é apenas um dos aspectos relacionados a acidentes com fogo. O manejo dos canaviais exige cuidados que limitem a possibilidade de espalhamento do fogo. Uma forma é criar espaços abertos colhendo-se uma seqüência de talões que formem aceiros bem largos, separando grandes blocos de talhões e dificultando a evolução dos incêndios.    

A definição do comprimento de um talhão está sempre relacionada com os equipamentos utilizados para a realização dos principais serviços agrícolas, dentre eles: os sulcadores e os cultivadores de socas (considerar o tamanho das caixas das adubadeiras) e a capacidade de carga dos elementos de transporte utilizados durante a colheita (transbordos, reboques e carroçarias).

Costumeiramente as empresas sucroalcooleiras e mesmo os fornecedores de cana utilizam áreas (em ha) entre 20 e 30 hectares para a formatação dos talhões em suas áreas cultivadas com cana. A determinação do comprimento para estes talhões e conseqüentemente do comprimento do sulco será, como dito, função dos equipamentos utilizados durante as operações agrícolas.

a)Aplicação de fertilizantes: As caixas das adubadeiras têm capacidade entre 250 e 300 kg cada uma delas. Considerando adubações entre 500 e 600kg/ha, e espaçamento entre as linhas de cana de 1,40m seria aplicado entre 70 e 84 g/m’ respectivamente para cada dose de adubo recomendada;

b)                                                                                      Considerando produtividades médias de 80t/ha, canaviais plantados com espaçamentos entre 1,40 e 1,50m entre as linhas de cana, produzirão a cada metro linear de sulco aproximadamente 11 a 12kg/m’. Os transbordos que acompanham as colheitadeiras têm capacidade para 8toneladas e seriam carregados com cana picada, depois de percorrerem aproximadamente 650 a 700m. Entretanto, para cana colhida manualmente, por tanto inteira, em leiras de 5 ruas ou linhas de cana, seriam necessárias distancias menores para completar a carga de uma carreta ou caminhão plataforma.

 

Este em valor também muito comum na definição do comprimento dos talhões. Portanto para áreas de 20ha a largura do talhão seria de aproximadamente 300m e para 30ha de aproximadamente 400m.

 

2.2.2. Tipos e Espaçamentos da Sulcação

 

Os meios adotados para a realização da colheita da cana são fatores condicionantes para as especificações dos tipos de sulcação e dos espaçamentos entre os sulcos. Quando o procedimento adotado é o manual as restrições são menores, mas quando a colheita é mecanizada as restrições para as formas como a sulcação e o espaçamento a ser adotado para o distanciamento entre as linhas de cana ficam mais restritos.

 

a.      Tipo de Sulcação: Para plantios realizados manualmente a sulcação tem o formato em V e são distanciados uniformemente uns dos outros. Pa a colheita mecânica as formas podem variar podendo continuara apresentando o formato em V ou adotar outras combinações de como o formato em W, uma espécie de plantio abacaxi. Neste formato pode-se aumentar a densidade de cana na linha e melhorar a performance da colheitadeira. 

 

v      A mais comum delas é a construção dos sulcos distanciados uniformemente no terreno, mantendo-se sempre a mesma distância entre os sulcos (foto 2.2.2.a.); e,

 

Foto 2.2.2.a. - Sulcação com sulcos uniformemente distribuídos e o resultado após o nascimento da semente.

 

v      Uma forma combinada de espaçamentos entre sulcos, com duas linhas espaçadas de 40cm, ficando cada uma destas linhas duplas separadas por um espaçamento de 1,40m a 1,50m, sendo caracterizado como espaçamento combinado, uma evolução da sulcação de base larga (foto 2.2.2.b.).  

 

 

 

Foto 2.2.2.a. – Sulcação combinada e a disposição do canavial no campo.

 

b.     Espaçamentos: Quando plantada mecanicamente, as mudas são depositadas no fundo do sulco depois de picadas. Neste caso, o espaçamento entre sulcos deve ser definido para proporcionar condições para a maximização a produtividade da colhedeira, ficando entre 1,40m a 1,50 m, quando os sulcos são distribuídos uniformemente. Quando adotado um espaçamento combinado a sulcação o espaçamento poderá ser de 0,40m para a distribuição dos toletes e 1,40m na entre linha (foto 2.2.2.b.). Por outro lado, quando a colheita for realizada manualmente o espaçamento entre as linhas de cana não tem impacto sobre o procedimento da colheita e o espaçamento pode variar desde 1,00m até 1,50m. Neste caso, como o plantio também é realizado manualmente utiliza-se a cana inteira para o plantio, picando-a no fundo do sulco. As menores medidas para o espaçamento entre as linhas de cana costumam apresentam interferência significativa sobre a produtividade de cana (tabela 2.2.2.c.), especialmente no primeiro corte. É uma alternativa para o plantio de cana em terras com níveis mais baixos de fertilidade, onde a cana será colhida manualmente. Algumas empresas têm colhido mecanicamente canas plantadas em espaçamentos menores, mas reportam elevação das perdas no campo. 

 

Tabela 2.2.2.c. – Produtividade para dois tipos de espaçamentos e três formas de fertilização.

 

 

Produtividade (t/ha) de cana

Espaçamento

Adubação

C. Planta (1º)

2º corte

3º corte

4º corte

Media

 

Testemunha

96,80

75,42

65,97

62,50

75,17

0,90m

Ad Mineral

112,20

88,05

69,72

67,51

84,37

 

T. Filtro

129,30

93,47

71,67

72,08

91,63

Média

112,77

85,65

69,12

67,36

83,73

 

Testemunha

89,50

89,00

59,37

57,41

71,57

1,40m

Ad Mineral

103,10

84,38

64,55

63,13

78,79

 

T. Filtro

104,90

93,48

66,43

63,12

81,98

Média

99,17

85,95

63,45

61,22

77,45

Fonte: Medeiros, A.M.L. – Relatório de Técnico do DTA, Usina São João (1992).

 

Associado ao tipo de material fertilizante, estas diferenças podem acentuar-se. O aumento da produtividade utilizando-se espaçamentos menores pode ser interessante como fator auxiliar para o controle do mato, pois o fato de ocorrer o fechamento mais precoce do canavial, torna a atuação do herbicida mais eficiente no controle do mato. Contudo, é uma limitação em caso de colheita mecânica.

A abertura dos sulcos é a principal atividade do plantio da cana-de-açúcar, pois é durante a realização desta atividade que são definidas as formas como a cana será realizada a colheita, buscando atender as demandas dos equipamentos utilizados para a realização da colheita, seja ela mecanizada ou manual. Contudo, ainda que esta consideração permeie as definições sobre o distanciamento entre os sulcos de plantio, na grande maioria das plantações de cana são utilizados espaçamentos variando entre 1,40m e 1,50m e sulcos uniformemente distribuídos.

 

2.3. ATIVIDADES DE SUPORTE

 

O plantio, como qualquer outra atividade, está suportado por atividades paralelas cuja finalidade é dar apoio à atividade principal. No caso do plantio, a disponibilidade de sementes é a principal delas, já que a ausência muda com a devida qualidade fitossanitária, não possibilita a formação de canaviais que garanta boas produtividades. Uma outra atividade de suporte para o plantio é a recomendação das quantidades de fertilizantes. As plantas daninhas são fortes agentes limitadores do crescimento da cana quando ocorrem em elevadas quantidades e com populações significativas de gramíneas. Recomendar e aplicar corretamente produtos que tenham ação sobre as plantas daninhas assegura condições para que o crescimento da cana possa acontecer nas plenas potencialidades da variedade cultivada. Na mesma linha devem ser consideradas as pragas, especialmente as de solo, quando da realização do plantio. Por esta razão, a atividade principal, o plantio da lavoura de cana precisa estar amparado por estas atividades suporte, cujas finalidades são proporcionar condições no solo que facilitem o desenvolvimento dos canaviais.    

 

2.3.1. Planejamento Varietal (Produção de Semente)

 

A demanda por sementes em canaviais comerciais é determinada pela composição varietal desejada na composição do canavial e pelas áreas destinadas ao planto. Estas variedades são eleitas com base em algumas características que tragam impactos positivos sobre o desempenho agroindustrial de cada uma delas, quando estas forem cultivadas comercialmente. Dentre as mais importantes características incorporadas geneticamente ás variedades, estão as suas produtividades agrícolas, as suas capacidades de concentrar sacarose e resistências às principais doenças que as acometem quando cultivadas.  

No caso da cana-de-açúcar, a forma mais econômica de se conseguir que estas três características sejam incorporadas a uma variedade, quando a mesma é indicada para ser cultivada como uma cultura extensiva, consiste na sua incorporação genética aos materiais utilizados para serem plantadas em áreas comerciais. Todavia, esta incorporação de resistência não promove imunidade do material vegetal e para que o manejo da produção atenda aos padrões de produtividade, é necessário promover ações fitossanitárias para que cada variedade possa expressar a sua máxima potencialidade produtiva.

 

2.3.1.1. Sanidade Vegetal

 

O fato de ser praticamente impossível produzir variedades que apresentem ausência plena de todas as doenças faz com que algumas destas doenças sejam obrigatoriamente controladas através de alternativas, que não apenas a resistência obtida através do melhoramento genético, já que estas resistências têm diferentes níveis de intensidade.

As principais doenças encontradas na cultura da cana apresentam características infecciosas, com atuações sistêmicas, cuja transmissão pode ocorrer através do uso de instrumentos de corte, como fruto da ocorrência insetos vetores ou serem endêmicas, presentes no próprio ambiente onde a cana está plantada. Um fator importante a considerar-se na disseminação destas enfermidades relaciona-se com a forma de propagação da cana. Na sua forma comercial de exploração, a cana-de-açúcar é propagada utilizando-se o próprio colmo como semente. Portanto, uma vez contaminada, estas sementes irão multiplicar de forma logarítmica cada forma de doença existente na semente. Não é por outra razão que as mais importantes doenças da cana têm como mecanismo mais efetivo de disseminação a forma de  propagação da planta na formaçõ dos canaviais.

Assim, a melhor forma para conviver com estas enfermidades consiste em manter um baixíssimo nível de presença das mesmas nos canaviais (de preferência muito próximo de zero). Para conseguir este objetivo a indicação é começar os canaviais plantando-se sementes isentas de doenças.

Na medida em que algumas destas doenças se consistem em fatores limitantes para a condução da cultura e são conhecidas as suas formas de disseminação, fica muito claro que a maneira mais prática e econômica de controlar essas doenças, está na utilização de mudas oriundas de viveiros produzidos com gemas submetidas a algum tipo de tratamento para a eliminação das mesmas (figura 2.3.1.a.).

Contudo, apenas o tratamento das gemas para a formação dos viveiros não garante que estes cuidados se mantenham ao longo do tempo. Por esta razão, os viveiros devem ser acompanhados através de inspeções periódicas, com a prática do roguing, visando eliminar as plantas doentes, cujo controle não foi efetivado pelo tratamento térmico ou que não tenham sido atingidas por ele.

Agregada a esta prática de roguing, obtém-se um outro beneficio na produção de mudas. É comum que em grandes multiplicações vegetativas apareçam variáveis níveis de contaminação varietal. Com esta prática e sendo os viveiros áreas relativamente pequenas, podem-se eliminar as plantas de outras variedades que se encontrem misturadas á variedade considerada. A pureza varietal favorece o processo de recuperação de açúcar, ao fornecer para a indústria, uma matéria-prima que seja pura e se encontre na sua totalidade no estágio ideal de maturação.

 

Figura 2.3.1.a. – Planejamento varietal e da produção de sementes tratadas.

 

2.3.1.2. Produção de Sementes Sadias

 

Tanto o reconhecimento dos sintomas externos das principais doenças encontradas nos canaviais, como a diferenciação entre as diversas variedades cultivadas são trabalhos que exigem muita habilidade e treinamento dos trabalhadores responsáveis pela prática do roguing.

Quando um canavial está plantado com diversas variedades misturadas aleatoriamente é praticamente impossível atingir os requisitos de homogeneidade de qualidade tecnológica da matéria-prima. Isto porque cada variedade apresenta um comportamento especifico de maturação e níveis de diferentes de riqueza.

Ao serem eliminadas variedades que estejam misturadas à variedade preponderante durante o processo de produção de mudas, fica possível atingir os requisitos de qualidade preconizados para a qualidade da matéria-prima (conteúdo de sacarose). Este procedimento conduz a uma pureza varietal que proporcionará maior uniformidade na maturação da cana e conseqüentemente melhor qualidade para cana destinada à moagem.

Para a realização deste tipo de trabalho (roguing), os encarregados da produção de mudas precisam ser devidamente preparados com treinamento especifico para o reconhecimento dos sintomas das doenças encontradas na cultura da cana e para evidenciar os fatores diferenciais entre as variedades cultivadas nas diversas fases de viveiros conduzidos pela área responsável pela produção agrícola da empresa.      

 

a)      Viveiro pré-primário: este tipo de viveiro é formado a partir de plântulas procedentes de gemas tratadas termicamente. O procedimento mais eficiente para o tratamento de gemas é a permanência do material vegetal em infusão a uma temperatura de 50,5 ºC, durante duas horas, com oscilações da temperatura da água de no máximo 0,2ºC. Uma forma alternativa, porém não tão eficiente, é o tratamento térmico das gemas a uma temperatura de 52ºC, durante 30 minutos. Depois de tratados, no caso de mini toletes eles serão plantados diretamente no campo, em sulcos com profundidade de 0,35m e espaçamento convencional das entrelinhas. No caso de serem utilizadas gemas, elas terão que ser plantadas em canteiros de onde, depois de germinadas e selecionadas, serão plantadas no campo, em condições similares àquelas utilizadas para o plantio de mini-toletes.

No caso de utilizar-se a multiplicação através da cultura de tecidos, este estágio se iniciará depois do endurecimento das plantas a pleno sol, quando serão definitivamente transferidas para o campo, também utilizando espaçamento entre plantas e entrelinhas conforme descrito acima.

O local utilizado para a formação deste tipo de viveiro é relativamente pequeno e deverá ser sempre o mesmo, pois ele terá necessidade de infra-estrutura próxima para a preparação do material multiplicativo. Nele a cana será cortada como planta e apenas uma vez como soca, sendo em seguida renovado com um novo ciclo de produção de mudas. Devido à fragilidade do material plantado e à necessidade de crescimento intenso é indicado que esta área esteja próxima de uma fonte perene (rio ou represa) que garanta água para a irrigação. A sua superfície será uma conseqüência da área total de plantio comercial em cada ano agrícola. É neste estágio que os cuidados são mais intensos e as demandas por controle da qualidade do trabalho mais presente. Dentre esta qualidade estará a correta identificação das variedades para que não haja confusão no corte, transporte e plantio das variedades na fase seguinte (viveiro primário)

O preparo do solo na área utilizada para o plantio deste tipo de viveiro deverá contar com um número de aplicações de gradagem pesada e leve que garanta a total eliminação dos restos da cana cultivada anteriormente. Este cuidado garantirá que sejam mínimas as quantidades de remanescentes presentes na área por ocasião do plantio deste viveiro.

 

b)      Viveiro primário: A área do viveiro primário é resultante da multiplicação das variedades cultivadas no viveiro pré-primário e a superfície plantada com este tipo de viveiro pode crescer segundo taxas variáveis, conforme as condições de solos e disponibilidade de água nos locais, onde este tipo de viveiro é plantado. São estas condições que irão condicionar as taxas multiplicação as quais poderão variar entre 9 e 12 hectares plantados no viveiro primário para cada hectare colhido no viveiro pré-primário.

Esta fase intermediaria de multiplicação deve ter condições que garantam boas produtividades, uma vez que as plantas utilizadas para formar estes viveiros têm elevado custo de formação, pelo fato de terem sido submetidas a tratamento térmico antes de serem plantadas. Assim, como forma de garantir o nascimento e a produtividade de sementes, as áreas de viveiros primários devem ser plantadas em locais, que contem com disponibilidade de água para a sua irrigação. Em razão de serem áreas bem maiores que os viveiros pré-primários eles serão conduzidos até quatro ou cinco cortes. Desta forma serão necessárias entre quatro ou cinco áreas diferentes para a implantação destes viveiros primários. O dimensionamento de suas superfícies poderá ser feito considerando o uso de todo o primeiro corte e eventualmente parte da soqueira do viveiro cortado pela primeira vez no ano anterior.

Para facilitar o trabalho e garantir o menor nível de contaminação por outras variedades o preparo de solo deverá ser realizado com o número de gradagem pesada e leve que for necessário para a completa eliminação dos restos da cultura de cana anteriormente existentes nas áreas. Da mesma forma a identificação das variedades será um ponto de grande conflito caso não sejam adotados estes cuidados por ocasião do plantio.

Estes cuidados garantirão um mínimo de remanescente na área possibilitando que sejam menos intensos os trabalhos de roguing para a eliminação deste material estranho durante as inspeções de roguing.

 

c)      Viveiros secundários ou comerciais: A localização destes viveiros será função da programação das áreas de plantio para nas quais as sementes serão utilizadas. Neste caso os viveiros são plantados sempre com a antecedência de um ano das áreas para as quais eles irão suprir com mudas.

Daí a importância do planejamento da evolução dos canaviais e da certeza dos locais de renovação nos diversos anos para facilitar a locação dos viveiros. Com este planejamento as áreas de viveiro estarão sempre a pequenas distancias das áreas de plantio. Com o crescente uso de plantio mecanizado com mudas colhidas mecanicamente este procedimento tem impacto de significativa monta sobre o plantio, tanto do ponto de logístico quando do ponto de vista econômico.

A logística da renovação torna relativamente aleatória a localização destes viveiros e desta forma, eles deverão sempre ser conduzidos conforme as lavouras convencionais. Como a grande maioria dos canaviais ainda é plantada sob regime natural de chuvas, assim serão conduzidos os viveiros. Obviamente que se a situação do empreendimento estiver sob regime restritivo de água e irrigação for sempre uma necessidade para o crescimento das plantas, certamente os viveiros deverão ser um pouco mais privilegiados neste quesito, pois a produção de mudas não pode sofrer descontinuidade.  

Neste caso a taxa de multiplicação neste estágio dependerá, além das características de solo, da forma como a água será disponibilizada para o canavial. De qualquer forma pode-se esperar um taxa de multiplicação de 7 a 10 hectares para cada hectare plantado de viveiro.

O preparo de solo não deverá ser diferente daqueles recomendados para as outras modalidades de viveiros. Os restos dos canaviais anteriores deverão ser destruídos de forma a não deixarem nenhum remanescente. Quanto mais eficaz este trabalho, menor será a necessidade de trabalhos para a eliminação das plantas estranhas à variedade plantada.   

 

2.3.2. Recomendação de Adubação, Herbicidas e Inseticidas.

 

O planejamento das atividades (figura 2.3.2.a.) para o plantio da cana envolve não somente as definições dos locais e das variedades que compatibilizem com os solos dos locais onde ele será realizado. Para que solo e planta apresentem resultados interessantes, é necessário ajustar as disponibilidades dos principais nutrientes no solo. Esta disponibilidade pode ser conseguida com recomendações que supram a s necessidades nutricionais das plantas através do uso de fertilizantes.

 Além desta adequação do solo, é fundamental criar condições para proporcionar um ambiente livre de concorrências das pragas eventualmente existentes no solo e manter as plantas daninhas em níveis suficientemente baixos para que a planta possa manifestar a sua plena potencialidade produtiva.

As recomendações para o uso de inseticidas do solo devem ser efetuadas com base em informações coletadas no campo que demonstrem a efetiva necessidade do produto para o controle de pragas que estejam infestando os campos que serão plantados. Para isto é muito importante que sejam realizadas amostragem que demonstrem a presença de pragas no campo e  que justifique economicamente e ecologicamente o uso de determinados inseticidas.

  

Figura 2.3.2.a. - Fluxo para o planejamento das atividades de suporte ao plantio.

 

A cana-de-açúcar, como qualquer outra planta desenvolvida para o cultivo comercial, é muito susceptível à concorrência que se estabelece com a presença de plantas daninhas no seu ambiente de crescimento e desenvolvimento.

É um fato comprovado que a produtividade da cana-de-açúcar é afetada quando submetida à concorrência em razão da presença de plantas daninhas, especialmente de gramíneas. Ainda que estudos mostrem que quando a competição ocorre nos primeiros 30 dias os danos são irrelevantes, a experiência mostra que o terreno deve estar totalmente isento de plantas daninhas para não se estabeleça a concorrência por água e nutrientes.

De forma geral, aplicações de herbicidas em pré-emergência são mais eficazes do que aquelas realizadas em pós-emergência. Aplicações em pós-emergência devem ser utilizadas quando ocorrem falhas de aplicação ou deficiência com algum produto utilizado em aplicação de pré-emergência. Por esta razão, o planejamento deve contemplar esta possibilidade, pois estes contratempos podem acontecer.  

 

2.3.2.1. Fertilização

 

A agricultura de alta performance, onde a busca por altas produtividades é a tônica, impõe aos processos produtivos crescentes demandas por nutrientes e de cuidados adicionais para garantir a plena potencialidade de cada espécie ou cultura. A cana-de-açúcar, como todas as plantas cultivadas, não foge a estas premissas. Sua nutrição inclui macro e micronutrientes que podem ser encontrados disponíveis naturalmente nos locais onde as culturas são plantadas ou serem fornecidos através de fontes externas aos solos cultivados (fertilizantes, corretivos e outros materiais diversos).

Sabidamente são raros os solos brasileiros que apresentam elevada fertilidade natural. De forma geral, os solos utilizados para a agricultura no Brasil são pobres nos principais macronutrientes e em alguns locais específicos (solos de cerrado originais) a falta de micronutrientes pode constituir-se em fator de intensa limitação para o cultivo de determinadas espécies.

Estas demandas por nutrientes por parte da cana-de-açúcar são bem estudadas e conseqüentemente, são bastante conhecidos os níveis críticos para cada um dos elementos existentes no solo, utilizados para o suprimento das necessidades da cultura. Cada um destes elementos tem suas fontes específicas e maneiras de serem fornecidos ao solo.

Os níveis críticos de Cálcio e Magnésio no solo, juntamente com os níveis críticos da CTC e a Saturação em Bases são uma referência para o fornecimento de calcário ao solo, tema discutido em preparo de solo. Eles  permitem entender e tornar realidade uma forma adequada para atender as demandas nutricionais da cultura. Quanto aos outros macronutrientes, dois deles são raramente determinados nas rotinas de análise do solo: o nitrogênio e o enxofre.

O nitrogênio, dada a sua instabilidade pouco se determina em análises de solo e tem as suas necessidades para a planta mais comumente determinadas através da experimentação, onde se procura calibrar as doses e os momentos mais adequados para a sua aplicação na cultura da cana. O enxofre, dada a sua abundancia na natureza e a relativa baixa demanda pelas plantas, também segue caminho similar. Entretanto, outros macronutrientes, como o fósforo e o potássio são rotineiramente determinados em analises de solo (tabela 2.3.2.1.a.).

As calibrações destes elementos no solo para definir as quantidades idéias para a fertilização do solo são feitas comparando-se os teores do elemento existentes no solo com as produtividades agrícolas obtidas para cada quantidade de fertilizantes aplicada ao solo como fonte do  nutriente em avaliação.

 

Tabela 2.3.2.1.a.: Níveis críticos no solo para Fósforo, determinados em diferentes tipos de extratores e de Potássio.

Características Químicas

do Solo

 

Unidade

Classes observadas no solo

M. Baixo

Baixo

Médio

Alto

M. Alto

Fósforo  (em Resina)      (1)

ppm

< 6,0

6,1 – 12,0

12,1 – 30,0

30,1 – 60,0

> 60,0

Fósforo   (em Mehlich)   (2)

ppm

< 6,0

6,1 – 15,0

15,1 – 25,0

25,1 – 40,0

> 40,0

Potássio                          

mmolc/dm3

< 0,7

0,7 – 1,50

1,51 – 3,00

3,01 – 6,00

> 6,00

Enxofre                        

mmolc/dm3

< 4,0

4,1 – 7,0

7,1 – 10,0

10,1 – 20,0

>20

Fósforo extraído em (1) Resina de Troca Aniônica (IAC), (2) Mehlich (HCl 0,05N + H2SO4 0,025N), com dados expressos in mg/kg ou ppm.

 

Com relação aos principais micronutrientes, a demanda de forma geral é suprida pelo próprio solo (tabela 2.3.2.1.b.) e pelos produtos utilizados como corretivos de solo utilizados para ajustar as condições de fertilidade do solo. 

 

Tabela 2.3.2.1.b.: Níveis críticos para os teores dos principais micronutrientes no solo.

Características Químicas

do Solo

 

Unidade

Classes observadas no solo

M. Baixo

Baixo

Médio

Alto

M. Alto

Boro

mg/dm3 (*)

< 0,15

0,16 – 0,35

0,36 – 0,60

0,61 - 0,90

> 0,90

Cobre

mg/dm3

< 0,30

0,31 – 0,70

0,71 – 1,20

1,21 – 1,80

> 1,80

Ferro

mg/dm3

< 8,00

8,01 – 18,00

18,01 – 30,00

30,01 – 45,00

> 45,00

Manganês

mg/dm3

< 2,00

2,01 – 5,00

5,01 – 8,00

8,01 – 12,00

> 12,00

Zinco

mg/dm3

< 0,40

0,41 – 0,90

0,91 – 1,50

1,51 – 2,20

> 2,20

(*) mg/dm3 igual à ppm

 

Salvo situações específicas ou regiões, onde alguns destes micro-nutrientes são encontrados em quantidades tão reduzidas, que precisam ser fornecidos ao solo através de fontes com maior disponibilidade do elemento para que a cultura possa ser produtiva. Este é o caso que se observa na cultivo da cana-de-açúcar, quando ela é  plantada em determinados locais com solos mais arenosos, como em alguns locais com o plantio de cana na Região Nordeste.

As quantidades dos principais nutrientes utilizados para a fertilização das áreas cultivadas com cana de açúcar variam em função do tipo de nutriente e do estágio para o qual será aplicado. Assim, no plantio, cuja função será atender demandas da cana planta, as respostas mais significativas e intensas ocorrem para o fósforo.

Por outro lado, o potássio apresenta respostas de menor intensidade, mas com elevada freqüência e o nitrogênio não responde em produtividade para quantidades acima de 50kg/ha de N. As recomendações para a adubação do plantio considerando os teores observados no solo estão na tabela 2.3.2.1.c., definido as necessidades de fósforo e na tabela 2.3.2.1.d. definindo as quantidades necessárias de potássio.                               

  

Tabela 2.3.2.1.c.- Recomendação para adubação dom fósforo para o plantio da cana-de-açúcar.

 

Produtividade esperada

(t/ha)

 

ppm de P no solo (1)

< 6

6,1-12

12,1-30

30,1-60,0

> 60,0

Índice de fertilidade

Muito baixo

Baixo

Médio

Alto

Muito alto

Kg de P2O5 /ha

100

140

120

90

40

0

120

150

130

110

60

0

140

160

140

120

80

0

160

(2)

150

130

100

0

(1) Extrator Resina  para P (IAC) - (2) Neste nível de deficiência, as respostas ao fósforo podem não compensar as quantidades aplicadas, porém seria prudente fazer algum tipo de aplicação do nutriente no solo para melhorar  a capacidade de respostas econômicas para o uso do mesmo.

 

 

Tabela 2.3.2.1.d.- Recomendação para adubação dom potássio para o plantio da cana-de-açúcar.

 

Produtividade esperada

(t/ha)

 

mmolc/dm3 de K no solo

< 0,7

0,7 – 1,50

1,51 – 3,00

3,01 – 6,00

> 6,00

Índice de fertilidade

Muito baixo

Baixo

Médio

Alto

Muito alto

Kg de K2O /ha

140

140

110

60

50

0

160

160

130

80

60

0

180

180

150

110

80

0

200

200

180

140

100

0

 

2.3.2.1.1. Utilização de Resíduos para a Fertilização dos Canaviais

 

As Unidades Industriais de processamento de cana para a elaboração de açúcar e álcool podem produzir alguns durante o processo fabril, alguns tipos de resíduos de grande importância para serem aplicados em canaviais. Dentre eles encontram-se a torta de filtro “Oliver”, material muito rico em fósforo, vinhaça e cinzas das caldeiras, materiais ricos em potássio. As unidades que produzem apenas álcool produzem basicamente vinhaça e cinzas das caldeiras.

A torta de filtro misturada à cinza pode ser utilizada durante o plantio, aplicada no fundo do sulco (foto 2.3.2.1.1.a.). A vinhaça é um produto que pode ser utilizada na forma de aspersão (foto 2.3.2.1.1.b.), aplicada em superfície antes e depois do plantio como fonte para complementar as necessidades de potássio.

 

Foto 2.3.2.1.1.a.- Utiliza\cão de torta de filtro.

 

Estes materiais são utilizados para substituir as fertilizações minerais durante o plantio. A vinhaça é utilizada com menor intensidade durante o plantio, sendo mais efetivamente aplicada como fonte de potássio e nitrogênio nas soqueiras que representa áreas bem mais significativas (85%) nos canaviais nas empresas agroindustriais.

 

Foto 2.3.2.1.1.b. - Utilização de vinhaça.

 

2.3.2.2. Planejamento para o Uso de Inseticidas e Herbicidas

 

Da mesma forma que é planejada a recomendação para o uso de fertilizantes, procede-se para com o planejamento para o uso de inseticidas e herbicidas. A lavoura de cana-de-açúcar é a cultura que mais aplica as alternativas de controle biológico para o combate de suas principais pragas (broca do colmo e cigarrinha das raízes).

Contudo, algumas pragas precisam ser combatidas com o uso de inseticidas. Dentre estas pragas estão o cupim e o migdolus, cujo controle deve ocorrer através de aplicações de inseticidas no sulco de plantio ou durante as operações de preparo de solo. Alguns inseticidas conseguem manter os canaviais com mínimas infestações utilizando estes produtos para tais pragas. No caso da cana planta a aplicação de Regent tem se mostrado muito eficiente no controle de cupins. Algumas observações práticas indicam um certo nível de atuação sobre a broca da cana quando aplicado na dosagem recomendada de 0,25kg/ha.  De quebra e com eventuais aumentos de dosagens também pode reduzir a presença de migdolus infestando os canaviais. Para esta praga podem ser utilizados outros meios de controle para minimizar os seus danos aos canaviais.

Quando estes produtos são programados para serem aplicados durante a preparação dos solos, eles devem ser posicionados abaixo do ponto inferior de corte das grades pesadas. Posicionados neste ponto funcionam como uma barreira química, evitando que as populações destes insetos atinjam as sementes e causem severos danos à produtividade dos canaviais.

As formigas cortadeiras, no entanto, devem ser necessariamente combatidas com aplicações de  inseticidas em forma de isca em qualquer idade do canavial.

O uso de inseticidas deve ser planejado (figura 2.3.2.a.) com base em observações de campo, fruto de levantamentos populacionais de cada uma das pragas para se conhecer a extensão da área a ser tratada. Isso é especialmente importante para o controle de pragas de solo (cupins).

O planejamento para o uso de herbicidas deve prever recomendações com base em observações de campo que permitam conhecer as populações de plantas daninhas que ocorrem nas áreas de plantio ou soqueiras. A definição dos produtos a serem utilizados nesta tarefa deve considerar os modos de ação dos produtos sobre os tipos de plantas daninhas existentes no terreno e a forma de aplicação do produto (se em pré ou pós-emergência). Para cada uma destas condições serão escolhidos determinados produtos e a definição da extensão que cada um deles irá cobrir, estabelecerá a quantidade a ser adquirida de cada um deles.

Tradicionalmente, são utilizados em áreas de plantio produtos com ação em pré-emergência e com poder residual acima de 90 dias. Esta necessidade explica-se pelo fato de a cobertura da folha da cana ser um fator auxiliar para o funcionamento do herbicida. A redução da luminosidade sobre o solo, provocada pela folhagem, minimiza a capacidade de infestação das plantas daninhas presentes na área.

Para melhorar a ação dos herbicidas pode-se utilizá-los em mistura. Estas misturas podem ser comerciais (velparK (diuron+hexazinona), Sinerge (clomazone+ametrina), etc) ou serem realizadas no próprio tanque de aplicação. O importante neste processo é estar atento para a quantidade de ingrediente ativo que se está aplicando e o custo do produto na aplicação. Um exemplo interessante pode ser observado na mistura de tanque entre Tebuthiuron e Diuron e a adoção de um produto comercial de nome Bimate.

Utilizando-se a mistura de tanque seriam aplicados 1,3kg de Tebuthiuron800 por hectare (1,04kg de ia) e 3,0kg de diuron800 por hectare (2,4kg de ia). Seguindo recomendações do fabricante para a aplicação de Bimate, seriam aplicados 4,0kg do produto comercial (dosagem máxima recomendada em Guia de Herbicidas, 1998) por hectare e em ingrediente ativo (ia) seriam 0,8kg/ha para tebuthiuron e 2,0kg/ha de diuron. Portanto, um descuido com relação a preço pode levar o usuário a aplicações incongruentes com as reais necessidades de produtos para um efetivo controle do mato. Esta recomendação discutida aqui é muito eficiente para o controle de gramíneas, especialmente braquiárias. Contudo, o preparo do solo, o momento da aplicação, as condições do solo e a cobertura do solo pelas folhas da cana são fatores importantes para dar a eles maior eficiência no controle do mato. 

  

2.4. SEQUÊNCIA OPERACIONAL

 

A seqüência operacional do plantio (figura 2.a.) é a programação das atividades e das operações mecanizadas que serão utilizadas para plantio das áreas programadas para a renovação ou para a ampliação de canaviais. 

Nesta programação estão incluídas as definições das áreas a serem plantadas, as variedades que serão utilizadas em cada uma das áreas destinadas ao plantio e os tipos e quantidades de fertilizantes, inseticidas e herbicidas que serão aplicados para proporcionarem condição adequadas para o desenvolvimento da cana.

As áreas destinadas ao plantio podem encontrar-se preparadas na forma convencional de preparação do solo ou terem sido destinadas ao plantio com cultivo mínimo. Em cada uma destas modalidades de preparação do solo, o plantio pode ser executado de forma manual ou de forma mecanizada.

 

v      Plantio manual: O plantio executado manualmente apresenta uma seqüência operacional que inclui uma gradagem leve (a segunda e última  do acabamento no preparo de solo) para eliminar sementeiras que tenham iniciado o nascimento e que ficariam fora do alcance da atuação dos herbicidas de pré-emergência.

A abertura dos sulcos é realizada em seguida (foto 2.4.a.), o mais próximo possível desta última gradagem leva e as sementes de cana, utilizadas para o plantio são colhidas manualmente. As sementes ou mudas devem ser originárias de viveiros (cana planta) especialmente preparados para esta finalidade e devem estar com idade entre 10 e 12 meses. Com esta idade apresentam comprimento integral entre 150 e 250cm.

 

 

Foto 2.4.a. – Abertura dos sulcos para o plantio da cana.

 

Uma vez abertos os sulcos, as sementes são distribuídas manualmente nos sulcos (foto 2.4.b.) e em picadas em toletes de aproximadamente 50cm de comprimento (foto 2.4.c.) com três a quatro gemas cada um. São utilizadas entre 9 e 12 toneladas de cana semente /ha.

 

Foto 2.4.b. – Sementes de cana e sua distribuição em áreas sulcadas.

 

 Em seguida os toletes de cana são cobertos (foto 2.4.d.) com uma camada de terra variando entre 7 e 10cm dependendo da textura do solo..

 

Foto 2.4.c. – Situação das sementes depois de distribuídas e picadas.

 

Foto 2.4.d.Cobertura das sementes ou mudas e o resultado final do plantio.

 

Quando o solo é  argiloso a camada de cobertura pode ser um pouco mais delgada. Porém,  quando a textura é arenosa recomenda-se que a camada sobre a semente seja um pouco  mais espessa. Concomitantemente a esta operação de cobertura são aplicados os inseticidas de solo quando as avaliações prévias de campo assim o recomendarem.

 

v      Plantio mecanizado: O plantio mecanizado suprime todas as operações utilizadas para a realização do plantio manual. Nesta modalidade de plantio, a cana pode ser colhida manualmente quando o equipamento de plantio for semi mecanizado. Entretanto, no caso do plantio totalmente mecanizado, a cana é colhida com máquinas, picada em toletes com comprimento variando entre 40 e 50cm, transferida para transbordos e destes as sementes passam para uma caçamba da plantadora.   

A plantadora abre os sulcos, deposita o adubo, distribui os toletes e se necessário aplica o inseticida no fundo do sulco antes da coberta (foto 2.4.e.) Para a realização desta tarefa são utilizadas entre 12 e 15 toneladas de cana semente por hectare. Quando o plantio realizado com plantadoras, sejam elas com cana picada ou cana inteira, se gasta mais cana semente do que quando o plantio é realizado manualmente. O manuseio mais intenso das sementes provoca danos às gemas e tornam-nas menos viáveis. No plantio mecanizado a superfície do terreno fica mais nivelada depois que a operação é executada e não é necessário fazer o rebaixamento da entrelinha. .

Durante a execução da operação uma pequena haste subsoladora rasga o solo adiante do sulcador para facilitar a sua penetração no solo. Uma roda de profundidade localizada próxima do sulcador regula a profundidade de sulcagem e conseqüentemente a profundidade de plantio.

 

Foto 2.4.e. – Partes mecânicas de uma plantadora de cana.

 

Estes mecanismos de regulagem das profundidades possibilitam que a semente seja posicionada em uma situação no solo, onde a quantidade de terra sobre a muda não seja excessiva e não dificulte o seu nascimento, deixando a superfície do solo razoavelmente nivelada. Nestas condições, o cultivo para nivelamento pode ser feito superficialmente sem deixar terra em demasia sobra a rotação. Quando a sulcagem é mis funda a operação de quebra lombo joga uma quantidade demasiada de terra sobre a brotação, danificando-as (foto 2.4.f.).  

Foto 2.4.f.

 

O nivelamento do solo é muito importante para a realização da colheita de forma mecanizada, pois quando o rizoma ou a soqueira está muito abaixo da linha da superfície, as perdas com a colheita ficam muito altas. Por esta razão, a preparação do solo, seja durante o preparo propriamente dito, seja durante a abertura dos sulcos de plantio, deve incluir sempre algum tipo de nivelamento da superfície que proporcione uma condição bem uniforme da superfície para que a colheita mecânica seja procedida de forma ajustada e sem perdas excessivas.

 

 

 

(1) Engenheiro agrônomo, formado pela Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, atualmente UNESP, campus de Botucatu, em 1973.